HÍBRIDOS
Websérie documental em seis episódios realizada em residência artística com a Andaluz Filmes.
O PORQUÊ DO HÍBRIDOS
A RESIDÊNCIA
Propositores: Rejane Arruda, Rodrigo Cerqueira e Roberta Fernandes
Atores: Ana Paula Castro, Daniel Monjardim, Mariana Alves, Philippe Emanuel
O primeiro curta-metragem da Andaluz Filmes, “Se Você Contar”, venceu o Grande Prêmio Canal Brasil de Curtas 2018 apresentando um dispositivo híbrido para falar de abuso sexual infantil.
As entrevistadas, mulheres adultas, escolhiam contar suas memórias da agressão sofrida ou histórias de outras mulheres.
Seu mais recente projeto é o longa “E quem se importa?”, em pré-produção, no qual atrizes num palco se preparam para encenar a história devítimas de feminicídio.
São experiências nas quais a diretora Roberta Fernandes joga com dispositivos híbridos e, ao mesmo tempo, se aproxima do teatro para produzir documentários, tendências próprias do cinema brasileiro contemporâneo.
Foi esse retrospecto que motivou a Cia Poéticas da Cena Contemporânea a convidar a Andaluz para jogar em seu campo, o da experimentação com atores.
O dispositivo de partida é um conjunto de proposições que se tensionam, com as quais o ator precisa lidar. A tentativa de solução implica em uma crise, solo fértil para o advento do inesperado – este que a câmera captura.
A sua maneira, os dois coletivos buscam o “efeito do real”, razão pela qual essa residência permite o intercâmbio de dispositivos e procedimentos metodológico que possam capturar atores e não atores em seu envolvimento no jogo; em sua lida com a “estrutura de regras”, para que imprimam alguém vivo (e não alguém representando).
Por fim, justifica-se, também, a elaboração da vida em quarentena como um dos vetores temáticos do dispositivo em questão, ao mesmo tempo registro e criação.
Nas oficinas, ministradas por Rejane Arruda (Cia Poéticas da Cena Contemporânea) e Rodrigo Cerqueira e Roberta Fernandes (Andaluz), os atores falam sobre as contingências do isolamento como provocador de transformações, de novos olhares, de novos contextos de vida. Interroga-se o que existe de força na forma de se viver em isolamento e, paradoxalmente, no aprender a cuidar de si e do outro.
Os episódios surgem do processo de construção de situações - revelando as diversas camadas que o compõe.